Joyce Meyer (1943) é uma pastora, escritora e palestrante cristã norte-americana. Autora de mais de noventa livros, é uma das líderes evangélicas mais influentes dos Estados Unidos.
02-03-2025
Conheça os seus pontos cegos.
A frase “tira primeiro a trave do teu olho” é um apelo contra a hipocrisia. Isso fica claro nas duas perguntas precedentes: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?” (Mates 7:3,4).
Jesus usa uma ilustração com base na figura do olho para denunciar o comportamento hipócrita que leva ao juízo errado. O olho é uma das partes mais sensíveis do corpo humano. Um pequeno cisco no olho já é suficiente para causar um grande incômodo.
Então quando Jesus fala sobre alguém que possuí uma trave em seu próprio olho, e ainda assim tenta remover um argueiro do olho de outra pessoa, ele destaca o quão patético e sem sentido é esse tipo de comportamento. Na verdade ele chega até ser impossível! Uma pessoa que possui um cisco em seu olho, muitas vezes nem mesmo consegue manter aberto o olho irritado. W. Hendriksen compara essa ilustração de Jesus à cena de um oftalmologista cego tentando realizar uma cirurgia num olho alheio.
O Senhor Jesus ainda usa a linguagem do exagero propositalmente. Ele não diz que a pessoa que tenta tirar o argueiro do olho do seu irmão também tem um argueiro em seu próprio olho; mas diz que essa pessoa tem uma trave em seu olho.
A palavra “trave” nesse texto traduz um termo grego que significa literalmente “viga”. Esse termo é usado para designar uma viga de sustentação. Já a palavra “argueiro” traduz um vocábulo grego que significa “pequeno ramo seco” ou “palhiço”. A ideia dessa palavra nesse texto é indicar justamente um cisco ou uma pequena farpa em contraposição a enorme viga.
Para tentar tirar o argueiro do olho do teu irmão
Imediatamente depois de Jesus dizer: “tira primeiro a trave do teu olho”, Ele completa dizendo: “então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão”. Isso quer dizer que, de fato, Jesus está proibindo certos tipos de julgamento, mas não todo tipo de julgamento.
É verdade que o Senhor Jesus inicia sua porção de ensino sobre o juízo dizendo: “Nao julgueis para que não sejas julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também” (Mateus 7:1,2).
Mas note que no mesmo sermão Jesus incentiva o juízo correto como algo absolutamente necessário. Por isso Ele diz que jamais devemos dar as coisas sagradas aos cães; e nem jogar pérolas aos porcos (Mateus 7:6). Depois, advertindo contra os falsos profetas, Jesus fala de lobos roubadores disfarçados de ovelhas. Ele também assegura que “pelos frutos os conhecereis” (Mateus 7:15,16). Obviamente tudo isso implica em fazer julgamento.
Então o crente não está impedido de julgar o comportamento de alguém que é contrário aos princípios bíblicos ou que causa escândalo ao Evangelico. Na verdade ele está impedido de fazer o julgamento hipócrita que é apoiado em sua própria justiça; isso porque, em si mesmo, ele não é melhor que o faltoso. Por esse motivo, o crente precisa primeiro tirar a trave do seu olho e só então fazer juízo apoiado na vontade de Deus revelada nas Escrituras.
Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior pertence ao clero da Arquidiocese de Cuiabá (Mato Grosso, Brasil).
Nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 7 de novembro de 1967, e foi ordenado sacerdote no dia 14 de junho de 1992, pelo Papa São João Paulo II. É bacharel em Teologia e mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.
Foi membro do Conselho Internacional de Catequese da Santa Sé e lecionou nas Faculdades de Filosofia da Santa Sé e em várias outras instituições. Durante quinze anos foi reitor do Seminário Cristo Rei da Arquidiocese de Cuiabá, em Várzea Grande/MT e, atualmente, é vigário da Paróquia Cristo Rei, na mesma cidade.
Desde 2006, mantém este apostolado na internet, dedicado à formação teológica e espiritual de católicos no mundo inteiro. O conteúdo mais significativo desse trabalho está condensado em seus cursos, dentre os quais se destacam “Terapia das Doenças Espirituais”, “Revolução e Marxismo Cultural”, “Engenharia da Santidade”, “Lutero e o Mundo Moderno”, “O Segredo de Teresinha” e muitos outros.
pastor Walter de Lima Filho